21 janeiro 2009

Ainda sobre a pouca vergonha da promoção do socialista Armando Vara, aqui vai uma opinião da Graça Franco, que subscreve integralmente...

Fraude e escândalo

Quem se reformar este ano aos 65 anos vai ter de
trabalhar mais dois meses, mesmo com 40 anos de
descontos. Mas pode ter de trabalhar mais cinco,
se a vida de descontos se fi car nos 20. Isto, se não
quiser sofrer os efeitos da redução mensal prevista
para compensar o efeito do aumento da esperança
média de vida.
Numa pensão de mil euros, a perda seria de 13 euros
mensais. Numa de 500, não andará longe de uma
redução de 100 euros por ano…
Não é uma medida popular. Mas é mais inteligente
do que um aumento cego da idade da reforma e
parece inevitável para garantir a sustentabilidade
do sistema.
A notícia surge um dia depois de se saber que um
gestor público que saiu da CGD para o BCP acabou
promovido, retroactivamente, um mês e meio depois
de deixar a instituição.
Porquê? Para que o seu nível salarial atingisse o
topo, benefi ciando a respectiva reforma quando
chegasse a sua hora.
A prática, desculpam-se os que o promoveram, é
antiga e vem dos tempos em que a Caixa tinha um
fundo de pensões próprio. Mas hoje já não é assim
e a pensão de Vara virá do bolo comum. Numa pensão
de milhares, a benesse representará, quanto
muito, umas magras dezenas mensais, mas para as
conseguir não será forçado a trabalhar mais… Nem
sequer trabalhou.
Os portugueses perguntam-se sobre o que diria o
ministro da Segurança Social ou o das Finanças, que
tutela a Caixa, se cada patrão passasse a promover
ficticiamente os empregados para efeitos de reforma.
Fraude, diriam eles! Escândalo, dizemos nós.

Graça Franco

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