O Aeroporto de Beja, que chegou a estar anunciado para 2008, abriu três anos depois.
Um dos vários atrasos da obra ficou a dever-se a um erro de construção da pista
- coisa pequena: constatou-se que não tinha a solidez necessária para
suportar aviões comerciais. O pequeno lapso implicou um custo adicional
de 8 milhões de euros. E não foram encontrados culpados.
Em 2010, podia ler-se num relatório do Tribunal de Contas: "merece
sérias reservas o facto de o Estado ter procedido à criação de uma
empresa pública, cujo volume de negócios, passados nove anos, é
inexistente, onde já foram gastos cerca de 35 milhões de euros, em
custos directos da obra e custos de funcionamento, sendo ainda
necessário despender mais 39 milhões de euros para operacionalizar o
aeroporto, bem como dar cobertura a défices de exploração da empresa até
2015".
Estava pensado para acolher uma companhia low-cost que lhe daria um crescimento "exponencial", mas foi preciso vir o vice-presidente da Ryanair
para que alguém dissesse o óbvio: "é muito longe de Lisboa". Por isso,
"não interessa". Comentário (e humilhação) final: "não deveria" ter sido
construído.
Imagem perfeita do que foi a governação Sócrates, inaugurou na agonia dos últimos dias, a 13 de Abril de 2011.
Até final do ano, recebeu 2281 passageiros. Uma média de 8,7 passageiros por dia. 8,7.
É melhor não fazerem contas a quanto nos custou até agora cada passageiro.
É que, ainda por cima, alguns desses milhões foram, garantidamente, para a rubrica "estudos".
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